quarta-feira, 26 de agosto de 2009


Carlinhos Oliveira

“Mesmo com arma na mão, mesmo massacrando, torturando, humilhando o outro, o brasileiro encontra uma brecha pela qual manifesta sua alegria de viver. Assim, o homem cordial seria a besta feroz por definição, por ser o único animal que continua rindo enquanto esfola o seu semelhante. Ainda mais horrível e, ai de nós, maravilhoso: a vítima, sendo brasileira, também encontra jeito de soltar uma gargalhada enquanto a esfolam”.


*

Debruçado na obra do cara. Escrevendo meu primeiro roteiro pra cinema, baseado num dos seus romances. Carlinhos Oliveira é um dos maiores cronistas brasileiros. O cara que levava a máquina de escrever pra varanda do Antonio´s, nos anos 60 e 70, e dali procurava traduzir a paisagem humana - carioca e brasileira - de forma, quase sempre, genial. Hoje em dia está quase esquecido, engolido que foi pela vida desregrada que fazia questão de levar, e pelo mito de escritor e personagem maldito que acabou inventando pra si mesmo.


No Rio, conversei com o Jason Tércio, autor da excelente biografia do cara, "Órfão da Tempestade", e responsável pelo relançamento da sua obra. E o Jason me falou que, no final da vida, Carlinhos ainda brigou com meio mundo (entre outras coisas, porque andou meio que comendo a mulher de alguns "formadores de opinião"), sofrendo um verdadeiro boicote por parte dos colegas de imprensa.


Enfim: pra quem não conhece, um escritor que vale a pena descobrir.

2 comentários:

Guga disse...

Ô Negão...
Gostei daquela que tu fazia menção das coisas antigas da epoca em que frequentavamos sem sucesso o rasputinhas e outros... mas devias relatar o sucesso que fizemos no Sofazão...hehehe... Pois é pra isso que eu trabalho !!!
Guga

Nilo Oliveira disse...

Aí, meu velho, beleza? Faltou um monte de coisas. Só a nossa temporada no camping, em 89 (!!!), já daria um livro. Mas fica pra outros posts. Grande abraço!