segunda-feira, 9 de maio de 2011


Monty Python: "O Sentido da Vida"


Revi no fim de semana. É um desses filmes que melhoram com o tempo. Publico o clipe a seguir em homenagem à canonização do papa João Paulo II. 

Só pra esclarecer: acho a Igreja Católica muito coerente aos seus princípios. Ela está aí há mais de mil e quinhentos anos dando as cartas, e vai continuar por mais um bom tempo, justamente por ser irredutível quanto à interpretação que faz do Livro Sagrado. Já torturaram e mataram em nome disto. Hoje eles apenas esperneiam e vociferam, sempre no mesmo lugar, como a rocha que sempre foram ("Pedro, és pedra" e etc.). Analisada (opa!) em perspectiva histórica, a AIDS, pra Santa Igreja é só mais uma peste: não vai ser por isso que o papado abrirá mão do princípio básico de que o sexo, quando praticado sem fins reprodutivos - seja sozinho ou acompanhado -,  representa um carimbo garantido no passaporte que levará o sacana em questão pra uma viagem sem escalas rumo ao fogo do Inferno. 

Allan Sieber

Apesar do lado trágico dessa história, ela também não deixa de ter seu lado engraçado, bufão, ubuesco - como, aliás, é inerente a toda e qualquer manifestação ostensiva de poder, quando concentrada na figura de um só grupo ou sujeito. E isto serve tanto pra pantomima dos discursos de um Hitler ou de um Mussolini, quanto pros pequenos buracratas da fé e do poder político, como deputados, senadores, presidentes da república e "pastores meganhas"*, que cospem suas besteiras mal intencionadas todos os dias na televisão. Quer rir, dê um púlpito e um microfone pra essa canalha. Se não fosse (repito) pelo sofrimento, engodo deliberado e exploração da dor alheia que lhe serve de manutenção e sustento, todo esse teatro não passaria de um grande, eterno e engraçadíssimo número de vaudeville. Coisa que o Monty Python, enquanto durou, soube explorar como niguém.

Na sequência, o discurso de alguns integrantes do grupo, por ocasião do funeral do Graham Chapmam, reafirmando que o melhor palhaço é aquele que primeiro - e em qualquer circunstância - sabe rir de si mesmo.



* É assim que o Marcelo Mirisola apelidou esses pastores, bispos e "apóstolos" das madrugadas: truculentos, tragicômicos protagonistas da verdadeira "vida fácil".

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